Rubens Paiva foi um engenheiro e político brasileiro que foi sequestrado em 20 de janeiro de 1971, em São Paulo, por agentes da repressão política.
Ele nunca mais foi visto e seu destino é desconhecido.
O caso de Rubens Paiva é um dos mais emblemáticos da repressão política durante a ditadura militar no Brasil e é considerado um crime de lesa-humanidade.
Se você deseja saber mais sobre o caso de Rubens Paiva, posso sugerir algumas fontes de informação, como:
- O livro "Rubens Paiva: A Verdade que o Brasil não Queria Conhecer" de Claudia Nascimento e Marcelo Netto.
- O documentário "Rubens Paiva: O Desaparecimento" de Maria Augusta Ramos.
- O site do Instituto Rubens Paiva, que é dedicado à memória e ao legado de Rubens Paiva.
O caso do desaparecimento e morte de Rubens Paiva é um dos mais emblemáticos da repressão política durante a ditadura militar no Brasil.
Embora o corpo de Rubens Paiva nunca tenha sido encontrado, há várias evidências que apontam para a responsabilidade de agentes do Estado brasileiro em seu desaparecimento e morte.
Alguns dos acusados de participar do desaparecimento e morte de Rubens Paiva incluem:
1. Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra:
Ustra foi um dos principais responsáveis pela Operação Bandeirante (OBAN), uma unidade de repressão política que operou em São Paulo durante a ditadura militar. Ele foi acusado de participar do desaparecimento e morte de Rubens Paiva.
2. Major Erasmo Dias:
Erasmo Dias foi um oficial do Exército brasileiro que participou da repressão política durante a ditadura militar. Ele foi acusado de participar do desaparecimento e morte de Rubens Paiva.
3. Capitão Ênio Pimentel da Silveira:
Ênio Pimentel da Silveira foi um oficial do Exército brasileiro que participou da repressão política durante a ditadura militar. Ele foi acusado de participar do desaparecimento e morte de Rubens Paiva.
4. Agente do DOI-CODI, Dalmo Lúcio Muniz Cirillo:
Dalmo Cirillo foi um agente do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) que participou da repressão política durante a ditadura militar.
Ele foi acusado de participar do desaparecimento e morte de Rubens Paiva.
Esses acusados nunca foram julgados ou condenados por seus crimes, devido à Lei da Anistia de 1979, que concedeu anistia a todos os crimes políticos cometidos durante a ditadura militar.
No entanto, em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) concluiu que Rubens Paiva foi morto por agentes do Estado brasileiro e recomendou que os responsáveis fossem processados.
Rubens Beyrodt Paiva nasceu em 26 de setembro de 1929, no município de Santos, no estado de São Paulo.
Formou-se em engenharia civil pela Universidade Mackenzie, na capital paulista.
Foi empresário e político brasileiro, eleito em outubro de 1962 deputado federal por São Paulo, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mesma legenda do então presidente da República João Goulart. Como vice-líder do PTB na Câmara dos Deputados, atuou como vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada para apurar as denúncias contra as atividades do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), que em 1963 foram acusados de receber recursos internacionais com a finalidade de desestabilizar o governo Goulart.
O deputado federal foi cassado logo após o golpe militar, através do primeiro Ato Institucional, de 9 de abril de 1964.
Exilou-se na Embaixada da Iugoslávia, no Rio de Janeiro e, em junho de 1964, deixou o Brasil partindo para a França e depois para a Inglaterra.
Retornou ao Brasil no início de 1965, instalando-se com a família inicialmente em São Paulo, e, em seguida, no Rio de Janeiro.
Na madrugada de 20 de janeiro de 1971, após a detenção de Cecília de Barros Correia Viveiros de Castro e Marilene de Lima Corona por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), no aeroporto do Galeão, foram encontradas cartas de militantes políticos exilados no Chile.
Tendo em vista que Rubens Paiva era um dos destinatários das cartas, no mesmo dia seis agentes armados com metralhadoras invadiram a casa do deputado cassado.
Rubens Paiva foi levado em seu carro para prestar depoimento no Quartel da 3ª Zona Aérea, à época comandada pelo tenente-brigadeiro João Paulo Moreira Burnier. Desde seu sequestro, já foram iniciadas as torturas.
No mesmo dia 20 de janeiro, Rubens Paiva, Cecília de Barros Correia Viveiros de Castro e Marilene de Lima Corona foram conduzidos para o DOI-CODI do I Exército (RJ). Os familiares do deputado permaneceram incomunicáveis, detidos em sua casa durante todo o dia. No dia seguinte, Eunice Paiva e sua filha Eliane, então com 15 anos, foram também levadas ao DOI.
Apesar da confirmação dos agentes do DOI de que Rubens Paiva estava detido lá, Eunice e a filha não estiveram com ele.
Após diversas sessões de interrogatório, Eliane foi libertada no dia 23, enquanto Eunice permaneceu detida até o dia 2 de fevereiro, ocasião em que viu o carro do marido, um Opel Kadett, no pátio interno do quartel.
Apesar da família ter levado roupas para Rubens Paiva no Ministério do Exército, no Rio de Janeiro, os agentes recusaram o recebimento sob o pretexto de Rubens Paiva não se encontrar em nenhuma organização militar do I Exército.
Em documentos oficiais fica atestada a entrada de Rubens Paiva no DOI, em 20 de janeiro de 1971, encaminhado pelo Quartel da 3ª Zona Aérea, pela equipe do CISA, além da descrição de documentos pessoais.
Diversos testemunhos e documentação analisada pela Comissão Nacional da Verdade comprovam a permanência de Rubens Paiva no DOI-CODI do I Exército, onde foi torturado e executado.
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